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Falar com extraterrestres? SETI Post-Detection Hub nasce com esse objetivo

SETI Post-Detection Hub

Encontro com civilizações de outros planetas é algo para que a ciência se tem procurado preparar, e agora nasce o SETI Post-Detection Hub para estabelecer protocolos e aprender como poderemos falar com extraterrestres

Nasceu na Universidade Escocesa de St. Andrews um novo centro internacional de cientistas com o objetivo de preparar a humanidade para um eventual encontro com outras civilizações. Mas este projeto, o SETI Post-Detection Hub, é diferenciador porque procura estabelecer protocolos de comunicação para esse momento que será histórico. Afinal, com a evolução da tecnologia e o desenvolvimento de novos equipamentos cada vez mais sofisticados, encontrar vida em outros planetas é uma hipótese cada vez mais plausível.

O SETI Post-Detection Hub é organizado Center for Exoplanet Science e pelo Center for Global Law and Governance da Universidade de St Andrews, e pretende reunir conhecimentos especializados, tanto nas ciências como nas humanidades. Dessa forma, ele quer estabelecer-se como um polo concentrador de conhecimento que venha a ser útil para ter avaliações de impacto, protocolos, procedimentos e tratados, garantindo que será dada uma resposta responsável num contacto futuro com civilizações de outras galáxias.

SETI Post-Detection Hub aposta na comunicação científica

O novo SETI Post-Detection Hub quer colmatar uma lacuna política substancial, já que a uniformização dos protocolos de comunicação têm sido um tema descurado até esta altura. As exceções a essa realidade são poucas, e um dos raros exemplos foi a Royal Society of London for the Advancement of Natural Science (Royal Society), que realizou uma reunião de discussão científica sobre “A deteção da vida extraterrestre e as consequências para a ciência e a sociedade”, no ano de 2010.

Esta conferência só não passou despercebida porque o The Sunday Times destacou que o astrofísico malaio Mazlan Othman ia ser responsável pela coordenação da resposta da humanidade ao nível da comunicação com extraterrestres. Este meio de comunicação referiu que Othman, na época diretor do Escritório das Nações Unidas para o Espaço Exterior (UNOOSA), explicaria aprofundadamente as competências da sua nova posição nesta conferência.

protocolos para falar com extraterrestres

Protocolos anteriores ao SETI Post-Detection Hub

Embora existam procedimentos e entidades que cooperam com as Nações Unidas para lidar com a ameaça colocada pelos impactos de asteroides na Terra, os defensores do novo centro ciêntifico explicam não há nada semelhante para captar um sinal Rádio extraterrestre. E consideram que esse é o principal contributo do SETI Post-Detection Hub.

Atualmente, os únicos protocolos de “contacto” foram elaborados pela própria comunidade SETI em 1989, e sofreram a última revisão já em 2010. Centrados na conduta científica geral, estes protocolos são classificados como aspirações inexequíveis e que não são permitem gerir, na prática, todo o processo de pesquisa, gestão de provas, confirmação de contactos a análise pós-detecção e interpretação e resposta adequada.

Os criadores do Centro de Pós-Detecção do SETI destacam que ele permite ter um centro para coordenar o desenvolvimento de um quadro totalmente abrangente. Para isso ele vai reunir membros interessados do SETI mas também comunidades académicas mais amplas. Além disso, ele pretende incluir especialistas de áreas tão diversas como a decifração de mensagens e análise de dados, desenvolvimento de protocolos regulamentares, leis espaciais e estratégias de impacto social e económico.

Aprender a língua extraterrestre

O Dr. John Elliott, Investigador Honorário da Faculdade de Ciências da Computação da Universidade de St. Andrews é o coordenador do SETI Post-Detection Hub. Na apresentação deste novo polo cientifico ele recorda as sagas de entretenimento e explica que “a ficção científica está repleta de explorações do impacto na sociedade humana, após a descoberta e até mesmo encontros com vida ou inteligência em outros lugares.”

O responsável considera, no entanto, que chegou o momento de ” ir mais longe e pensar no impacto na humanidade”. Para tal, alerta para a necessidade de “coordenar o nosso conhecimento especializado não só para avaliar as evidências, mas também para considerar a resposta social humana, à medida que a nossa compreensão avança e o que sabemos e o que não sabemos é comunicado. E o momento de fazê-lo é agora”.

John Elliot acrescenta que “digitalizar sinais de suposta origem extraterrestre para estruturas linguísticas e anexar significado é um processo elaborado e lento durante o qual o nosso conhecimento irá avançar de muitas maneiras”. Por isso, antevê que vamos dar “novos passos à medida que aprendemos a falar extraterrestre”.

O responsável do SETI Post-Detection Hub levanta a questão de se “alguma vez receberemos uma mensagem de seres extraterrestres? Não sabemos”. No entanto, afirma que “não podemos dar-nos ao luxo de estar mal preparados, cientificamente, socialmente e politicamente sem rumo, para um evento que pode tornar-se realidade amanhã e que não podemos dar-nos ao luxo de gerir mal.”

 

Fontes:

Universidade de Saint Andrews

Levante EMV

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