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Distritos de Portugal apresentam enormes diferenças nos salários e empregos

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A desertificação do interior do país continua a acentuar-se, com a procura pelos mais jovens de melhores salários e condições de vida. E os dados mais recentes confirmam que nos Distritos de Portugal do litoral a quantidade de ofertas laborais e remuneração continuam a ser mais aliciantes

É habitual ouvir falar de um país “a duas velocidades”, e quando se comparam os distritos de Portugal do interior e do litoral em vários indicadores económicos verifica-se que a expressão tem um fundo de verdade. Uma das últimas informações a confirmar essa situação é referente aos salários médios em 2022, que revelam uma discrepância clara entre os ordenados de quem vive nos distritos da orla costeira portuguesa e aqueles mais próximos das fronteiras com Espanha.

O Notícias PT investigou os dados relativos às remunerações-base dos trabalhadores portugueses no final do primeiro semestre de 2022. E os números mostram que é no Interior Norte e Centro, juntamente com o Alentejo, que os salários são mais baixos. Beja ocupa o primeiro lugar deste pódio dos distritos de Portugal com ordenados mais baixos, seguido de Bragança e da Guarda. Pelo contrário, é nas regiões de Lisboa, Porto e Aveiro que os recibos de vencimento dos portugueses apresentam a média mais elevada.

 

Salário-Base Médio dos Portugueses é de 1002€

Os indicadores económicos sobre o valor da remuneração-base dos portugueses em 2022 indica que o pagamento mensal está situado pouco acima dos 1000€. Ao todo, existem 4.026.053 trabalhadores por contra de outrem em Portugal, que declararam uma total de remunerações de 4037 milhões de euros em junho.

Deste total de trabalhadores, os dois maiores distritos de Portugal, Lisboa e Porto, são responsáveis por mais de metade dos funcionários registados na base de dados da Segurança Social. A capital portuguesa lidera por larga margem, com 1,403 milhões de trabalhadores, enquanto no Distrito do Porto estão mais 706 milhões de funcionários. Isto significa que 52% das pessoas estão empregadas nas duas principais Áreas Metropolitanas do país.

No extremo oposto, os distritos de Portugal com menos oportunidades de trabalho estão no Interior do país e no Alentejo. Bragança, com 26155 funcionários, Portalegre, com 29385 trabalhadores, e Guarda, com 33899 contratados pelas empresas, revelam os indicadores mais baixos. Para se perceber a diferença, o número de trabalhadores em Lisboa é 54 vezes mais elevado que no distrito de Bragança.

 

Distritos de Portugal com salários mais baixos estão no interior e Alentejo

Além de terem um número inferior de ofertas de trabalho, os distritos de Portugal que pertencem ao Alentejo e Interior também apresentam salários mais reduzidos. Esta é uma situação importante, já que vem acentuar ainda mais a desertificação destas áreas pela saída de pessoas em busca de melhores condições de vida. 

O salário-base médio em Beja, de 787€, é o mais baixo entre os distritos de Portugal, seguido dos 841€ que ganham os trabalhadores em Bragança e dos 844€ pagos na Guarda. Por outro lado, que trabalha em Lisboa ganha, em média, 1128€. As melhores oportunidades estão, depois, no Porto, com uma remuneração-base média de 988€, e em Aveiro, com um registo ponderado de 977€. De destacar ainda o facto da capital ser a única região onde os portugueses recebem, em média, mais de 1000€ de salário-base.

 

Litoral oferece mais oportunidades e melhores salários

Existem um total de 18 distritos em Portugal e, olhando para o mapa, verifica-se que é no litoral que estão as principais oportunidades para os cidadãos. Tanto no total de ofertas de emprego como ao nível dos salários oferecidos. Isso mesmo fica bem patente no quadro seguinte:

 

Distrito Total de Empregados
por conta de outrem
Remuneração-Base

Média

Aveiro 241136 977€
Beja 53245 787€
Braga  311930 910€
Bragança 26155 841€
Castelo Branco 46396 864€
Coimbra 118580 971€
Évora 46123 902€
Faro 172402 851€
Guarda 33899 844€
Leiria 158628 934€
Lisboa 1403307 1128€
Portalegre 29385 882€
Porto 703136 988€
Santarém 116745 888€
Setúbal 195941 953€
Viana do Castelo 69738 871€
Vila Real 42882 853€
Viseu 96402 857€

 

Como se pode verificar, nenhum dos distritos de Portugal no Interior e Alentejo consegue atingir um salário-base médio acima dos 902€ (de Évora) ou oferecer um total de empregos acima dos 100.000 postos de trabalho. Neste campo o mais próximo acaba por ser Viseu, com 96402 funcionários no final de junho de 2022.

 

Madeira e Açores com indicadores positivos

Além dos 18 distritos de Portugal, há que ter em conta também as duas Regiões Autónomas, os Açores e a Madeira. E, olhando para os indicadores das ilhas, chega-se facilmente à conclusão que eles são mais positivos que os registos alcançados pelos distritos do Interior e do Alentejo. 

Relativamente ao número de postos de trabalho, o Arquipélago dos Açores têm um total de 73953 trabalhadores por conta de outrem, pouco abaixo dos 80217 funcionários que estão registados na Segurança Social para a Madeira e Porto Santo. Relativamente aos salários-base a situação é similar, com um valor médio de 942€ nos Açores e de 950€ na Madeira. Como tal, pode-se concluir que apesar das distâncias superiores, as diferenças salariais das ilhas para as maiores cidades de Portugal é inferior em comparação com os distritos do Interior de Portugal.

 

Fonte: Segurança Social

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