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Lista de animais em vias de extinção integra 28% das espécies – Veja 12 casos icónicos

animais em vias de extinção

Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN é o maior catálogo de animais em vias de extinção do planeta.

Apesar de existirem alguns casos de sucesso, praticamente um em cada três animais corre hoje o risco de desaparecer. Veja agora alguns dos animais mais emblemáticos que a curto-prazo correm o risco de deixar de existir na natureza e também casos de conservação com sucesso em Portugal

O impacto das atividades humanas sobre a natureza tem vindo a agravar-se ao longo dos tempos, e os animais sofrem as consequências dessa nefasta realidade. A destruição de ecossistemas, a caça furtiva e a pesca excessiva são apenas alguns exemplos dos comportamentos humanos que colocam os animais em vias de extinção. 

Normalmente são os animais de maior porte, e espécies exóticas, que mais sofrem com a cobiça humana. Casos como o dos rinocerontes e elefantes, caçados pelo seu marfim, ou de tigres, leopardos e outros felídeos, perseguidos pelos seus ossos e peles, mostram como alguns dos mais majestosos animais do planeta foram colocados em situação crítica.

Segundo os dados da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), a lista de animais em vias de extinção integra 28% de todas as espécies. Ao todo, estão catalogadas 142.000 espécies, das quais 40.000 correm o risco de desaparecer. Obviamente, o nível de perigo não é idêntico para todos, e existem sete níveis antes da extinção, como indica a imagem seguinte da IUCN Red List of Threatened Species 2022:

categorias IUCN animais em vias de extinção

Os animais extintos na natureza são aqueles que, exceto com esforços de conservação e reintrodução, estão condenados. Mas logo abaixo destas categorias estão as espécies em perigo crítico, que são os animais em vias de extinção que ainda podem recuperar no seu habitat natural. E é nesta lista que estão 12 animais famosos que aqui lhe damos a conhecer.

12 espécies icónicas de animais em vias de extinção

Rinoceronte de Java – Nativo das ilhas de Java e Sumatra, estima-se que hoje em dia apenas existam cerca de 75 exemplares na natureza. O motivo principal da caça a este animal é a procura pelo seu corno, que é usado pelas medicinas tradicionais orientais.

Leopardo de Amur – A sua pelagem despertou a cobiça de caçadores e isso, aliado à destruição dos habitats naturais, levou a que a espécie chegasse aos nossos dias com apenas 200 exemplares no mundo selvagem.

Lince Ibérico – A destruição do seu habitat levou quase à extinção este felídeo, que atualmente conta com cerca de 200 exemplares no estado selvagem. A sua reintrodução em zonas como o Vale do Guadiana tem sido um sucesso, mas a sua natureza itinerante que o faz cruzar estradas tem dado origem a vários casos de atropelamento de linces em alguns dos distritos de Portugal onde habita.

lince ibérico

Jacaré da China – Com cerca de 200 animais na natureza (embora mais 10.000 em cativeiro), este réptil é também conhecido como Jacaré do Yangtzé, já que o maior rio da China é um dos seus habitats. 

Lobo Vermelho – Originário do sudeste dos Estados Unidos, o seu declínio está relacionado com a perseguição humana e destruição do meio selvagem onde ele caçava. Esta espécie conta de momento com cerca de 250 exemplares mas é um dos principais animais em vias de extinção, já que estima-se que apenas 50 continuam a resistir na natureza, estando os restantes 200 em cativeiro.

Asno-selvagem-africano – Este animal, aparentado com as zebras, vive em populações dispersas no Oeste de África, onde pouco mais de 500 exemplares continuam a viver no habitat selvagem.

Foca-monge – Esta simpática espécie de foca resiste em dois locais. A subespécie do Havai conta com cerca de 1400 animais, enquanto a do Mediterrâneo tem metade desse número (alguns dos quais a viver na Madeira). A Foca-Monge-das-Caraíbas, terceiro “membro” da família, desapareceu no século XX.

Tigre-de-bengala – É um dos felídeos mais ameaçados do mundo, e surge tanto com pelagem laranja como na versão com pelo tigrado branco. Perseguido devido à procura pelos seus ossos pela medicina tradicional oriental e pelas suas peles, as estimativas mais recentes apontam para a existência de cerca de 3000 exemplares na natureza.

tigre de bengala

Atum Azul – A pesca excessiva e o facto da sua carne ser extremamente apreciada pelos amantes do sushi levou esta espécie a ser colocada pela IUCN como uma das espécies em vias de extinção. 

Esturjão Branco – Este peixe pré-histórico pode viver mais de 100 anos e atingir 6 metros de comprimento e até 1500kg de peso. Mas atualmente é difícil que o faça, já que as suas ovas são extremamente procuradas para o famoso caviar. Depois da população ter caído 90% entre 1970 e 2000, para cerca de 700 indivíduos, as estimativas não se reverteram e apontam para que possam existir apenas 50 exemplares vivos quando chegarmos a 2030.

Condor da Califórnia – Esta espécie esteve num estado tão crítico que chegou a ser considerada extinta na natureza entre 1987 e 1992. No entanto, sabe-se que hoje os poucos exemplares desta ave, com três metros de envergadura, resistem no Grand Canyon, na California e no México.

Orangotango de Sumatra – Com pouco mais de 7000 exemplares na natureza, é um dos primatas mais ameaçados do mundo, estando em perigo crítico especialmente pela destruição das florestas onde reside e se alimenta.

orangotango

Casos de recuperação com sucesso

Há casos espantosos de animais que recuperaram de situações em que era quase dado como certo o seu desaparecimento. Os Gorilas de Montanha são um exemplo, já que a caça levou a que restassem apenas 680 exemplares em estado selvagem. Mas nos últimos anos as suas populações têm crescido, e de momento superam os 1000 animais, com tendência para continuarem a crescer.

Outros casos de sucesso são os do rinoceronte branco do sul e do bisonte americano, que estiveram às portas da extinção no final do século XIX. No entanto, graças a esforços de conservação e reintrodução, as duas espécies têm hoje um futuro próspero e nem estão entre as espécies em perigo crítico na lista de animais em vias de extinção. E, no caso do bisonte, é mesmo um dos chamarizes para o turismo em locais como Yellowstone, demonstrando que a conservação de espécies tem potencial para contribuir para a economia local.

Em Portugal há também casos icónicos, como o do Lince Ibérico, da Águia Imperial Ibérica e do Abutre Negro. No caso das duas aves, elas deixaram mesmo de nidificar em Portugal durante o século XX, mas atualmente as suas populações estão novamente a crescer em território luso.

 

Fontes:

IUCN Red List of Endangered Species

WWF

IUCN

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