Avançar para o conteúdo

Greve dos professores está para durar. Saiba os motivos da paralisação

greve dos professores

Greves dos professores acontecem com relativa regularidade, mas não há memória recente de uma batalha tão intensa e prolongada como aquela que opõe agora os docentes ao Ministério da Educação.

Quais os motivos para a paralisação, até quando vai durar a greve dos professores e também a polémica que ela está a criar em torno das verbas usadas para esta luta laboral. O início do segundo período de aulas está a transformar-se num verdadeiro caos para os pais, já que a greve dos professores dura desde o início de janeiro e promete prolongar-se pelo menos até ao próximo mês. Sem local para deixar os seus filhos, e com receios sobre o impacto da falta de aulas na aprendizagem das matérias, a preocupação dos pais com a falta de entendimento entre docentes e Ministério da Educação acentua-se todos os dias.

Agora vamos explicar-lhe quais os motivos para esta greve dos professores e porque, ao contrário de outras situações anteriores, ela se tem prolongado por tanto tempo. Além disso, o NoticiasPT também lhe vai dizer até quando se prolonga a paralisação, decretada por diversos sindicatos de profissionais do ensino, e explicar-lhe qual a mais recente polémica em torno da greve dos professores, que envolve os fundos disponibilizados para compensar assistentes profissionais e outros trabalhadores que decidam juntar-se a esta luta.

Municipalização é motivo principal para a greve dos professores em 2023

Algumas das lutas dos professores são já antigas e têm, consecutivamente, sido motivos para greve. As duas principais razões prendem-se com a evolução na carreira, que esteve paralisada vários anos, e a integração de professores nos quadros. Afinal, os sindicatos consideram que a precariedade causada pela contratação anual de docentes, por vezes durante vários anos e nas mesmas escolas, é uma injustiça, já que isso revela a necessidade desses professores estarem a tempo inteiro nesses estabelecimentos de ensino e, como tal, terem um vínculo definitivo com essas escolas.

Mas o principal motivo para esta nova paralisação, e uma greve de professores tão prolongada, tem a ver com a municipalização das escolas. Ela significa, caso o governo não recue na sua intenção, a passagem para as autarquias de competências na contratação de diretores e também de profissionais não-docentes para as escolas (como contínuos, cozinheiros e outros trabalhadores) e também na construção, manutenção e apetrechamento dos estabelecimentos. E, além disso, a criação de Conselhos Municipais para tutelar esta nova administração do ensino.

greve nas escolas

Quem está na origem desta paralisação? Ela é polémica?

Esta greve dos professores é apoiada por oito sindicatos, mas são as duas principais associações de docentes que estão a dar maior força e voz ao protesto. Ou seja, são a FENPROF (Federação Nacional dos Professores) e o STOP (Sindicato de Todos os Profissionais da Educação) as principais organizações sindicais que estão nesta intensa e longa luta. E o SIPE (Sindicato Independente de Professores e Educadores) também está nesta batalha, tendo decretado uma paragem durante a primeira hora de cada dia de aulas.

Nos últimos dias tem, no entanto, surgido uma polémica relacionada com a integração de pessoal não docente nas greves, já que o governo levantou a hipótese de profissionais estarem a ser aliciados para não trabalharem em troca do pagamento desses dias de paralisação. Ou seja, que existem fundos de compensação que estão a ser utilizados na greve dos professores para convencer não-grevistas a não trabalharem, de forma a evitar a abertura dos estabelecimentos de ensino e dar mais voz ao protesto. Esta é uma situação que o Executivo considera ilegal e promete investigar, mas que o STOP refuta as alegações de ilegalidade do governo.

Até quando vai durar a greve dos professores?

Depois de uma greve a nível nacional que termina este dia 13 de janeiro, está já prevista nova paralisação. Decretada pela FENPROF em conjunto com outras sete organizações sindicais (ASPL, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU), a nova greve dos professores decorre a nível regional, com a paragem dos professores nos diversos distritos de Portugal entre os dias 16 de janeiro e 8 de fevereiro.

Para finalizar essa nova etapa na luta dos professores, está convocada uma Manifestação Nacional dos Professores para 11 de fevereiro, com a concentração dos docentes em Lisboa. Ou seja, a greve dos professores deverá durar ainda mais um mês, a não ser que entretanto as reuniões marcadas entre associações do sector e o governo tragam novidades e possam ajudar a retomar o normal funcionamento das escolas. E, assim, conseguir responder à principal pretensão e preocupação de milhares de pais, que estão a ver a educação dos seus filhos continuamente afetada por greves de professores desde o início deste ano letivo.

 

Fontes: 

Fenprof

STOP

 

Etiquetas: