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Satélites Starlink dominam a órbita terrestre. Saiba como funciona a rede de Elon Musk

satélites starkink

Criados por Elon Musk para garantir internet e roaming mesmo nas zonas mais remotas, estão a ser lançados por mês cerca de 100 novos satélites Starlink. Descubra como funciona esta rede de telecomunicações de Elon Musk e as novidades dos satélites Starlink

Elon Musk é conhecido como alguém que transforma ideias aparentemente loucas em projetos de tremendo sucesso. Assim sucedeu com os pagamentos online através da Paypal, com a democratização dos carros elétricos, através da Tesla, e a criação de rockets espaciais, através da Space X. Agora mais uma das “fantasias” do empresário americano está a dar origem a um projeto de sucesso, com a rede de satélites Starlink.

A ideia passa por cobrir a atmosfera terrestre com uma rede de satélites em órbita baixa que garantam internet de alta velocidade e roaming aos telemóveis mesmo nas áreas mais remotas do planeta. E, como é habitual, este é mais um projeto envolto em polémica, e que acaba de render uma pesada multa das autoridades americanas (175.000 dólares) às empresas de Musk. Agora no NoticiasPT vamos explicar-lhe como esta ideia se está a tornar em realidade, qual o objetivo final da Space X para os satélites Starlink e as críticas que está a gerar programa.

O que são os satélites Starlink?

Este é um conjunto de milhares de satélites que começaram a ser lançados em 2019 e foram concebidos para funcionar em rede, de forma a garantir ligações de internet de alta velocidade em qualquer lugar do mundo. E, em 2023, a ideia passa por alargar as capacidades de comunicação desta tecnologia também aos telemóveis, assegurando roaming nas zonas onde os Starlink estão operacionais.

Ou seja, da mesma forma que hoje existem cabos de fibra ótica com milhares de quilómetros e antenas que garantem as comunicações por wireless, a ideia passa por garantir essas comunicações sem fios com a rede interligada de satélites Starlink. A diferença para as outras redes de comunicação por satélite está na altitude dos Starlink, bem mais próximos da superfície terrestre, o que assegura maior velocidade de transmissão de dados. Mas, para funcionarem, são necessários milhares de dispositivos (que são visíveis a olho nu), motivo pelo qual também se tem ouvido falar de uma constelação Starlink a rasgar os céus.

constelação de satélites starkink

Os satélites Starlink um peso de 307kg e uma largura de 5,2 metros. Mas, graças ao seu design plano, é possível colocar cerca de 60 satélites dentro das naves da Space X em cada missão. Entre os principais componentes destaca-se o laser de comunicação, que é a solução encontrada para esta constelação transmitir dados entre si, sem necessidade de pontos de contacto intermédios na superfície terrestre. Outro destaque é o propulsor alimentado pelo gás Krypton, que é usado para garantir que os satélites permanecem na posição e altitude corretas e também que podem ser retirados de órbita quando a sua vida útil terminar.

Elon Musk já lançou quase 4.000 satélites Starlink para órbita

Só entre os dias 19 de janeiro e 17 de fevereiro de 2023 entraram em órbita 264 novos satélites Starlink, aumentando esta rede para um total de 3981 aparelhos. Mas este é ainda um número bastante baixo para as intenções de Elon Musk, que pretende numa primeira fase ter a atmosfera terrestre “cercada” por uma constelação de 12.000 satélites, que posteriormente pode ser expandida para 42.000 dispositivos.

satélites Space X starkink

Os lançamentos de novos satélites Starlink estão a ser feitos a bordo dos rockets Space X, também de Elon Musk, que em cada missão levam cerca de 50 novos aparelhos para órbita. E só no último mês foram feitas seis destas missões, a última designada por Starlink 2-5. Quem saiba onde procurar, irá facilmente reconhecer esta estranha constelação de pontos luminosos alinhados nos céus. Em Portugal, por exemplo, eles foram avistados em setembro de 2022 em vários distritos de Portugal (Coimbra, Leiria e Portalegre), havendo mesmo quem pensasse estar a avistar extraterrestres.

Como funcionam os satélites de Elon Musk?

Para garantir o seu funcionamento ininterrupto, os satélites Starlink estão equipados com painéis solares. E, depois de serem lançados das naves Space X, eles ficam a orbitar a uma altitude próxima dos 550 km e conectam-se com os outros satélites, para garantirem uma ligação em rede com velocidades que podem chegar aos 10 Gbps. E depois, eles trabalham recebendo da superfície dados transmitidos por internet através de feixes, que depois vão passando a alta velocidade através da rede até chegarem ao destino pretendido.

Os satélites da Space X são seguros?

Uma das principais preocupações com o projeto de lançamento destes 12.000 dispositivos é relativa à segurança dos satélites Starkink. Afinal, ter um número tão grande de equipamentos em órbita pode dar origem a problemas como colisões e a queda na atmosfera de detritos destes satélites, bem como o crescimento do lixo espacial.

Relativamente ao primeiro ponto, todos os Starlink estão equipados com um sistema autónomo para evitar colisões, que garante que não chocam entre si, com telescópios espaciais ou outros objetos situados à mesma altitude. Este sistema, que foi criado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, garante também que não há impactos com equipamentos já desativados.

Starlink podem garantir financiamento para base em Marte

Quando estiver totalmente operacional, esta constelação de satélites poderá gerar um rendimento anual entre 30.000 e 50.000 milhões de euros, obtidos através da subscrição de um serviço de telecomunicações com alcance global. E o objetivo para este dinheiro passa por financiar o ambicioso projeto espacial da Space X, onde se inclui até a Mars Base Alpha, com que Elon Musk pretende dar vida ao sonho de transportar na Space X pessoas até Marte, construindo uma base no planeta vermelho.

Para captar utilizadores, foi já criada pela Space X uma empresa designada “Global Roaming Service”. De momento apenas disponível nos Estados Unidos, a subscrição tem um custo de 200 dólares mensais, a que se junta um custo inicial de 599 dólares para a aquisição de equipamentos e hardware (um pequeno dispositivo similar a uma antena parabólica que permite ligar-se à rede Starlink). Para os utilizadores em outros locais é preciso importar o Starlink Kit, com os equipamentos, a que podem acrescer os custos dos portes de envio e alfândega.

Mas há outros pacotes para aquisição das ligações Starlink para internet em locais remotos. Em Portugal, basta aceder ao site da SpaceX para fazer a encomenda deste serviço, com um custo mensal de 65€ e mais 450€ para adquirir o hardware. Já o pacote para autocaravanas custa 80€/mês, enquanto a aquisição para barcos ou aviões é bastante mais cara. Já os pacotes para empresas chegam ao mercado no segundo trimestre de 2023.

 

Fontes:

Starlink

Everyday Astronaut