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Anunciada nova subida de juros 2023 – Descubra como vai ficar a Euribor

subida de juros 2023

As previsões no último ano apontavam para um abrandamento das taxas a partir de março. Mas a realidade é a oposta, e foi confirmada uma nova subida de juros 2023. Saiba quando voltam as taxas a ser revistas e o impacto que isso vai ter no seu orçamento e despesas

Depois de um ano extremamente complicado para todos aqueles que têm empréstimos, devido à contínua escalada da Euribor, era esperado que 2023 trouxe-se boas notícias. No entanto, a realidade é totalmente oposta, e o Banco Central Europeu anunciou que volta a rever em alta os indexantes do crédito já em março. E, pior do que isso, está também confirmado que esta não é o último aumento durante os próximos meses, pois haverá subida de juros 2023 durante os próximos meses. Agora o Noticias PT diz-lhe o que pode esperar das mexidas dos indexantes ao longo dos próximos meses.

Banco Central Europeu vai manter tendência de subida de juros 2023

A Euribor, que iniciou o mês de março com valores de 3,311% a 6 Meses e de 3,745% a 12 Meses, vai manter a tendência de subida. Segundo já foi confirmado pelo Governador do Banco Central da Alemanha e membro do Conselho Central do Banco Central Europeu, Joachim Nagel, durante o terceiro mês do ano haverá uma nova subida de juros 2023, que deverá  ficar próxima dos 0,5%. A mudança deve acontecer durante a reunião dos governadores dos bancos centrais, marcada para meados deste mês.

Além desta má notícia para todos os que têm empréstimos com taxas variáveis indexadas à Euribor (como 95% dos portugueses com crédito habitação), Nagel revelou mais novidades desagradáveis. Segundo explicou o governador da autoridade monetária e responsável pelo economia germânica em declarações à Reuters, as mexidas não vão ficar por aqui e este aumento em março “não será o último. Deverão haver mais aumentos significativos depois disso”.

Expetativa era de descida, mas continua a subida de juros 2023

Depois do início da escalada da Euribor, em agosto do último ano, os analistas consideravam que estas revisões em alta deveriam terminar durante o primeiro trimestre de 2023. Ou seja, a partir de março as taxas iriam estabilizar perto dos 3%, já em valores bem distantes das taxas negativas a que muitos se habituaram nos últimos anos.

Mas fica agora confirmado que a subida de juros 2023 não fica por aqui. E o cenário será ainda pior do que o previsto. Embora alguns analistas, como a Economist Intelligence Unit, tenham indicado que as taxas de juro iriam chegar até aos 4% durante este ano, esses valores já assustadores podem ser superados ainda durante o primeiro trimestre do ano. Afinal, a Euribor a 12 Meses está em 3,745% e caso venha a subir mais meio ponto, como esperado, isso significa que antes do final do primeiro trimestre teremos este indexante nos 4,245%.

Juros aumentaram 4% durante o último ano

Quando começou 2022 ninguém prever que atualmente as taxas de juro europeias estariam em máximos dos últimos 14 anos. Afinal, desde o início de 2016 que os indexantes estavam em valores negativos e tudo indicava que a situação assim se iria manter, facilitando a concessão do crédito imobiliário e servindo de estímulo para a economia. No entanto, entre março de 2022 e o presente mês, a situação mudou radicalmente e a Euribor a 12 meses passou de -0.363% para 3,745%. Ou seja, um aumento de 4,108% no curto espaço de tempo de apenas um ano.

Porque continuam a subir os juros?

O aumento dos juros tem sido a solução encontrada pelos reguladores europeus para tentar contrariar a subida da inflação, que se tem verificado desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Impulsionada inicialmente pela evolução dos preços da energia, o aumento de preços tem vindo a alastrar-se a praticamente todos os sectores da economia, sendo especialmente notória na área da alimentação.

Para tentar travar a inflação, a solução do Banco Central Europeu passa por aumentar o “custo do dinheiro”. Ou seja, a subida dos juros 2023 que continua a acontecer. Mas não deixa de ser curioso, e até alarmante, que esta opção por continuar a aumentar a Euribor se mantenha, já que a taxa de inflação atual na Zona Euro, de 8,5%, está já 2,1% abaixo do pico alcançado em outubro de 2022. Ou seja, o combate à inflação deixa de ser justificação para o que continua a ser a subida dos juros 2023.

subida da Euribor 2023

Qual o impacto do aumento das taxas de juro?

O impacto deste aumento é sentido a vários níveis, mas a principal consequência para as famílias da subida de juros 2023 é o aumento da prestação do crédito habitação. Por exemplo, quem tenha um crédito com taxa variável indexado à Euribor a 12 Meses vai ver a sua prestação subir mais de 60%. Segundo simulações publicadas, quem tenha um empréstimo de 150.000€ a 30 anos com spread de 1% vai ver este custo mensal passar de 460€ para 762€. Ou seja, um aumento de mais de 300€, que será incomportável para várias famílias.

Além do valor dos empréstimos das casas, a subida de juros 2023 terá impacto a outros níveis. Por exemplo, como o aumento da Euribor significa que o dinheiro está mais caro, também os bancos se tornam mais exigentes na concessão de crédito. O que significa que quem procure empréstimos para casa ou créditos pessoais, terá de passar por critérios de aprovação mais exigentes.

Por fim, há que recordar que também muitas empresas têm financiamentos com taxas indexadas. E isso significa que, como as suas prestações aos bancos sobem, esse aumento é transposto para os bens que comercializam. E, como tal, a continua subida de juros 2023 terá como efeito o aumento dos preços dos produtos e, consequentemente, do custo de vida para as famílias.

Quais as soluções para quem tem crédito habitação?

A solução que existe para quem sofra estes aumentos de mais de 50% nos empréstimos da casa é renegociar os financiamentos. As famílias que têm uma taxa de esforço superior a 50% (ou seja, mais de metade dos ordenados é para pagar empréstimos) estão já salvaguardadas, porque os bancos estão obrigados a propor a renegociação aos clientes. O que pode passar por aumentar o prazo de pagamento, negociar os juros e spread  ou mudar produtos contratados como os seguros de risco e de vida, sempre com o objetivo de baixar a prestação. Outra opção passará pela transferência do crédito, obtendo juros mais baixos com outro banco.

Apesar destas várias alternativas, uma coisa é certa. Com quase todos os créditos habitação em Portugal são feitos com taxas variáveis, influenciadas pela Euribor, não há como fugir da subida dos juros 2023. Seja qual o banco, o spread ou produtos contratados que escolherem, as famílias vão sempre ficar a pagar mais pelos seus empréstimos. E essa será sempre a maior consequência da subida de juros 2023 para os portugueses.

 

Fontes:

Observador

Eco

Euribor Rates

Eurostat

Banco de Portugal

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