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Certificados de aforro atingem lucro máximo e causam corrida à poupança do Estado

certificados de aforro

Durante décadas os certificados de aforro foram uma das principais soluções de poupança para os portugueses. E agora, que as taxas Euribor voltam a valores elevados, eles tornam-se novamente bastante aliciantes para os investidores, sendo a solução mais segura e lucrativa para colocar o seu dinheiro

Criados como forma dos portugueses rentabilizarem as suas poupanças de forma segura, os certificados de aforro foram durante décadas subscritos por muitos investidores. Eles apresentam várias vantagens em comparação com outras soluções, como as contas-poupança, os PPR ou os fundos de investimento e agora, que estão no teto máximo do lucro, voltam a ser uma excelente opção para colocar alguns rendimentos de parte e ter um fundo de reserva que está sempre a aumentar.

Com valores de subscrição muito baixos, elevada rentabilidade e regras que asseguram a proteção dos investidores, os certificados de aforro são uma das poucas formas dos portugueses beneficiarem atualmente com a escalada da Euribor e a subida dos juros em 2023. Por isso, agora vamos explicar-lhe tudo o que precisa saber sobre este instrumento de poupança, com as regras para ter certificados, os rendimentos que podem gerar e todas as outras informações vitais para si.

O que são certificados de aforro?

Os certificados de aforro são uma poupança criada através da compra, pelos particulares, de dívida pública. Ou seja, servem como forma dos portugueses financiarem a economia do país e, dessa forma, serem recompensados com lucros pagos de acordo com o valor investido e o prazo que o dinheiro fica colocado nesta poupança.

Ou seja, eles funcionam como uma alternativa disponibilizada pelo Estado às opções que os bancos dão aos seus clientes para pouparem dinheiro, onde se incluem as contas-poupança, os PPR, os fundos de investimento, as bolsas de ações ou os seguros com capitalização do investimento. E, além disso, também servem de alternativa a outras opções de investimento digitais, como as criptomoedas ou as ETFS.

Quais as regras dos certificados de aforro?

As regras para investir na dívida pública com certificados são muito simples. Cada pessoa pode investir valores desde 100€ até um máximo de 250.000€, não existindo qualquer custo associado à subscrição dos certificados de aforro. E, ao contrário de outras formas de poupança, não tem qualquer custo pelo resgate dos certificados de aforro, perdendo apenas os lucros que seriam capitalizados na próxima revisão dos juros.

Os clientes podem ter um certificado de aforro durante um prazo máximo de dez anos, existindo depois a opção de reinvestir o valor (até ao teto máximo de 250.000€). E, à imagem de outros investimentos, a melhor opção é mesmo não mexer nesta poupança, porque existe uma bonificação pela manutenção do valor. Além da capitalização com as taxas, os clientes recebem mais 0,5% de juros entre o 2º e o 5º ano em que mantêm os certificados de aforro, subindo depois este bónus para 1% entre o 6º e o 10º ano em que o dinheiro está nesta poupança.

A subscrição e o resgate dos certificados de aforro é feita através dos CTT, tanto nos balcões físicos como online. Para poder investir só precisa de ter ou criar uma conta aforro e apresentar o seu documento de identificação, comprovativos de IBAN, de morada e de rendimentos e ainda uma forma de pagamento para colocar o dinheiro nos seus certificados.

Quais as vantagens dos certificados de aforro?

A maior vantagem é a segurança, já que este instrumento de poupança é criado através de dívida do Estado. O que significa que, ao contrário do que aconteceu com muitas poupanças feitas em bancos como o BES durante a crise de 2009, o seu dinheiro está salvaguardado e o seu dinheiro não vai desaparecer por ter sido colocado em fundos de investimento ou outros mecanismos financeiros similares.

Além disso, há outros benefícios na subscrição de certificados de aforro, como a ausência de custos por manter esta poupança e, se precisar deste dinheiro, o facto de não pagar qualquer comissão pelo resgate antecipado, que pode ser feito em qualquer momento passados três meses do investimento. E, além disso, pode optar por ter de volta todo o dinheiro que colocou em aforros ou apenas fazer levantamentos parciais.

Existe ainda outro benefício para quem tem certificados de aforro, que passa pelos mecanismos que simplificam o pagamento de impostos com esta poupança. Como no pagamento dos lucros trimestrais é feita logo a retenção na fonte (com uma taxa de 28%), não é preciso estar a declarar estes valores na sua declaração de IRS.

como investir em certificados de aforro

Subida dos juros coloca certificados de aforro no teto máximo

Se a progressiva subida das taxas europeias tem causado sérios problemas para quem tem créditos, o aumento da Euribor tem o efeito contrário para quem apostou nos certificados de aforro, maximizando os seus lucros e permitindo atingir a taxa máxima de 3,5% do retorno do investimento. Isso acontece porque os certificados estão indexados à Euribor a 3 Meses, que atingiram em março os 2,8%.

Isso significa que quem tem certificados de aforro há mais de cinco anos, e a bonificação extra de 1% pela manutenção do investimento, já garantiu o teto máximo dos certificados de aforro. E mesmo quem subscreveu certificados nos CTT há mais de um ano está perto dessa cotação máxima, pois com o bónus de 0,.5% está de momento a receber 3,3% pelo dinheiro colocado nestas poupanças.

Quando se ganha com os certificados de aforro?

No último ano foram subscritos três vezes mais certificados de aforro do que o governo tinha previsto, e os motivos são simples de perceber. Imagine, por exemplo, que investiu no final de dezembro do último ano 10.000€ em certificados de aforro e beneficia agora de uma Euribor a 3 Meses de 2,8%. Isso significa, mantendo-se o indexante inalterado, que você vai ter lucros brutos de 1120€ até ao final do ano (280€ no final de março, junho, setembro e dezembro). Depois do pagamento de impostos, com a retenção na fonte de 28%, você acaba por lucrar 840€ com os certificados de aforro em 2023.

O valor pode não parecer muito elevado, mas se considerar que as contas poupança não mobilizáveis no maior banco público estão com TANB médias de 1%, isto significa que os certificados de aforro estão de momento a dar mais do dobro dos lucros. E com as vantagens de não ter o dinheiro cativo e estar a aumentar os seus rendimentos a cada três meses. Como tal, não admira que esteja de momento a ocorrer uma verdadeira corrida aos certificados de aforro.

 

Fontes:

ePortugal

CTT

Eco

Jornal de Negócios